terça-feira, 9 de junho de 2015

Era uma vez


















Ele gostava de inverno e dia frio. Tinha um jeito único. Falava de Chico Buarque e de livros que eu nunca tinha lido. Se encantava com poesias e com verdades. Gostava de surfar e assistia  a muitos filmes, cinéfilo nato. Era mimado, teimoso e ao mesmo tempo infantil, cheio de joguinho. Confusão em pessoa, mas eu gostava, de certo modo, o sujeito me hipnotizava. Se fazia de forte na minha frente – apesar de que sempre soube o medo que ele tinha de me conhecer e também de me perder.

Me fazia encarar os pânicos – como em um dia de tempestade, que dirigiu em alta velocidade, só para me mostrar que não deveria ter medo da chuva caindo. Sentia graça em me fazer passar por apuros. Zombava de mim, de como era medrosa. Me magoava, e quando eu achava que não tava nem aí, ele demonstrava, falando que sentia minha falta. Ele se importava, e era bastante, a ponto de me falar para ficar longe dele, porque iria me fazer sofrer. Era sincero e falou desde o começo que não daria certo
Tinha papos sensacionais, discutia política, ciência, religião e qualquer outro tipo de assunto comigo. Como ninguém é perfeito, tinha um defeito: cabeça dura, sempre achava que estava com a razão.

Ele ria dos caras que passavam na minha vida, dizia que eu não tinha nada a ver com eles, que não faziam meu tipo. E eu ria dos seus ciúmes bobos e me questionava por dentro – como eles fariam meu estilo depois de eu ter te conhecido?

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