SBT resgata fórmula dos anos 90 para recuperar audiência

por Fernando Figa

Outro dia em conversa sobre televisão, um amigo meu comparou a atual fase do SBT com o Viva, canal exclusivamente voltado a reprises de grandes sucessos da Rede Globo. Depois de tanto patinar no Ibope, a emissora de Silvio Santos conseguiu consolidar uma boa audiência durante o período vespertino. E para isso não houve um grande investimento, nem mesmo alguma ideia diferente. Muito pelo contrário. O SBT simplesmente voltou no tempo e copiou a fórmula dos anos 1990.

São três novelas mexicanas (duas reprises e uma inédita), uma na sequência da outra, exatamente como no auge da parceria com a Televisa. Para os finais de tarde, a solução não foi diferente. Após a tentativa frustrada de lançar um programa policialesco para concorrer com o Cidade Alerta, da Record e o Brasil Urgente, da Band, o seriado Chaves, tradicional coringa da emissora, entrou em ação e, como de costume,  cumpriu sua missão e estabilizou os índices de audiência.

Mesmo nas produções "inéditas", o SBT depende de sucessos do passado. Os remakes das novelas infantis "Carrossel" e "Chiquititas" têm deixado o canal na vice-liderança e garantido dois dígitos na média.  O mesmo acontece com os programas de auditório, que simplesmente repetem os velhos formatos que sempre deram certo.

E assim segue o SBT, na  busca por recuperar ao menos um pouco do que havia conquistado em suas duas primeiras décadas. E o flashback tem funcionado bem, graças a memória afetiva do telespectador. Grande parte da audiência da emissora é composta por pessoas que cresceram assistindo todos estes clássicos e, por isso, guardam um carinho especial pelo canal. Os SBTistas -como são chamados os fãs da emissora - são resistentes a novidades. Por outro lado, eles se mantiveram fiéis e vestiram a camisa do SBT durante os períodos mais turbulentos.