Por: Ahlam Amira
Devia ser seis e meia da tarde e ainda era
claro; os raios do sol formavam apenas pequenas imagens coloridas no céu. No
meio do Atlântico, as ondas estavam agitadas, e a cada segundo que a noite se
aproximava, as águas moviam o enorme navio árabe de carga. Sua estrutura de aço era insignificante diante da braveza do mar.
O grito do vento a mais de 80 km/h sobre o Atlântico
trazia naquele momento, horror aos olhos dos marinheiros. Tudo o que tinha
dentro do navio foi arremessado ao chão, junto com seus tripulantes.
Enquanto o marujo Mohamad corria pelo último
corredor do navio em direção ao seu quarto, seu único refúgio naquele enorme
navio, parou em frente a cabine do comandante, onde ouviu o próprio capitão
Maruff dar a ordem a três de seus marinheiros para que matassem seus
companheiros e a si mesmos. Para que não vissem sua própria morte.
Mohamad aterrorizado correu e trancou-se no
quarto; sabia que aquela tempestade não passaria tão cedo, e que eles não
teriam a menor chance de escapar das fúrias do mar. Mas ainda tinha esperanças,
e não queria ser morto por seus próprios amigos.
Por alguns segundos, seu esconderijo foi embaixo da cama, até que um enorme estalo como se uma bomba tivesse atingido o navio, soou por cima do barco, submergindo-o nas profundezas do mar, deixando completamente tudo no escuro.
Por alguns segundos, seu esconderijo foi embaixo da cama, até que um enorme estalo como se uma bomba tivesse atingido o navio, soou por cima do barco, submergindo-o nas profundezas do mar, deixando completamente tudo no escuro.
Com a força do impacto, Mohamad foi arrastado para longe da cama, e cambaleando conseguiu ficar em pé, quando chamou Aláááááh, em um grito de desespero, medo e fé. O navio de 120 toneladas surgiu sobre as águas do mar, que agora calmas seguia o seu caminho. Deixando para trás o pesadelo vivido em frações de segundos, e ficando apenas as lembrança de um momento de milagre.

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