Annie Grellmann / João Mota
Você sabia que a cinza do bagaço da cana-de-açucar pode ser uma alternativa para diminuir o impacto ambiental provocado pela extração de recursos naturais?
Um grupo de acadêmicos da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no Paraná, encontrou no resíduo da cultura um caminho para melhorar a eficiência do concreto e reduzir seu custo de produção.
Após oito meses de estudos e mais de 280 experimentos, os estudantes desenvolveram o concreto autoadensável (CAA). O produto pode conter em sua fórmula de 10% a 30% de cinzas do vegetal sem perder sua resistência, atendendo dessa maneira aos requisitos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
O projeto, que foi um dos finalistas do Prêmio Ozires Silva de Empreendedorismo Sustentável, foi desenvolvido pelos estudantes Hugo Sefrian Peinado, Marisa Fujiko Nagano, Romeo Dias Vanderlei e orientados pelo professor Rafael Germano Dal Molin Filho.
"Nós pegamos esse resíduo e tornamos ele um subproduto. Então ao mesmo tempo que utilizamos o resíduo, nós estamos diminuindo a extração da areia da natureza.”
Explica Hugo Sefrian Peinado, pesquisador e integrante do Grupo de Desenvolvimento e Análise do Concreto Estrutural (GDACE) da UEM.
Como a cinza de bagaço de cana-de-açucar é um resíduo e não um sub-produto, a matéria ainda não possui condições técnicas - como a queima controlada - para que seja reproduzida em características comerciais e industriais. Por essa razão o produto ainda terá um longo caminho até que possa chegar ao mercado.

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