sexta-feira, 22 de maio de 2015

Dilma faz declarações sobre conflito politico da Venezuela


A presidente Dilma Rousseff afirmou, após se reunir nesta semana com o presidente uruguaio Tabaré Vázquez, que   a Venezuela precisa resolver os conflitos internos de forma pacífica e democrática.
Os presidentes estiveram em Brasília e após conversa a portas fechadas,  fizeram declaração à imprensa.

“Sobre a Venezuela, eu e o presidente Tabaré Vázquez coincidimos que seu legítimo governo e suas forças devem buscar solucionar pacífica e democraticamente, no marco constitucional do país, os conflitos e as dificuldades e os desafios existentes”, disse a presidente, que defendeu o diálogo e a paz no país.

Desde o início do ano, políticos de oposição ao governo de Nicolás Maduro, como o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, foram presos acusados pelas autoridades locais de tentativa de golpe e traição por ter proximidade com países aliados a oposição.

Manifestações de opositores ao regime venezuelano deixaram 43 mortos desde 2014. Outras 89 pessoas, incluindo políticos da oposição e manifestantes, foram presas acusadas de incitar a violência nos protestos e de conspirar contra o governo de Nicolás Maduro.

Tabaré Vázquez diz concordar com as palavras de Dilma e defendeu a construção de "entendimento de paz" no país. "A situação da Venezuela me preocupa, claro. E faço minhas as palavras que vocês escutaram da senhora presidente do Brasil, enquanto desejamos que logo, como presidente da Unasul, que logo se construam entendimento de paz, buscando caminhos conjuntos entre governo e a oposição para o melhor futuro do povo venezuelano e também respeito à institucionalidade democrática deste país", afirmou.

Mulheres de políticos presos na Venezuela pedem ajuda ao governo Brasileiro

A esposa do líder do partido político venezuelano Vontade Popular, Leopoldo López, detido desde fevereiro do ano passado acusado de ter incitado violência em manifestações contra o governo, pediu as autoridades brasileiras que se solidarizem com a situação dos oposicionistas na Venezuela.

Ela participou junto de Mitzy Capriles, esposa do também lider de oposição preso, Antonio Ledezma, de uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado. López e Ledezma estão presos desde fevereiro de 2014 após serem acusados pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de promover protestos contra o regime chavista e conspirarem para a saída de Maduro do cargo.

"Em primeiro lugar, obrigada. Obrigada ao Brasil. [...] Representamos a voz das vítimas venezuelanas, familiares de presos políticos, que são 89, familiares dos assassinados nos protestos do ano passado, de desaparecidos, dos exilados, dos que hoje estão pressionados  pelo regime de Maduro", disse Lilian López, após a audiência pública.
"Hoje esperamos justiça, esperamos liberdade. Esperamos solidariedade da região. A oposição venezuelana está mais unida do que nunca, representamos a voz da unidade democrática. A saída ao desastre que vive a Venezuela deve ser constitucional, pacífica e democrática. [...] Esperamos liberdade e união de Brasil e Venezuela em uma só voz: a voz do respeito aos direitos humanos", continuou.

O senador Aécio Neves acompanhou as
mulheres dos políticos venezuelanos no
Senado (Foto: Lucas Salomão/G1)
Durante a audiência, Lilian López e Mitzy Capriles pediram que as autoridades brasileiras e sul-americanas se unam para que se encerre a repressão na Venezuela. Além disso, as ativistas pediram a liberação dos 89 presos políticos.
"Precisamos que nos acompanhem, que haja uma observação qualificada internacional nas próximas eleições parlamentares na Venezuela", afirmou Lilian López.
As duas venezuelanas foram convidadas para falar ao Senado brasileiro pelos senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Aécio Neves (PSDB-MG).

Em discurso no plenário do Senado, o líder do PSDB na Casa, Cássio Cunha Lima (PB), lamentou que as esposas dos políticos presos não tenham sidos recebidas pela presidente Dilma Rousseff. Após a reunião na comissão do Senado, Lilian López e Mizty Capriles foram recebidas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

"Não posso deixar de trazer uma nota de lamento pela recusa da presidente Dilma Rousseff, do PT, de receber essas mulheres nos dias que antecedem o Dia das Mães, que também será celebrado na Venezuela no próximo domingo. Nem mesmo a condição de gênero fez com que a presidente Dilma Rousseff tivesse sensibilidade para acolher essas mulheres, que trazem na face a marca da coragem, da altivez, da grandeza e os sulcos da dor e do sofrimento", criticou o tucano.

Luisa Fernanda Gomez


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