A
presidente Dilma Rousseff afirmou, após se reunir nesta semana com o presidente uruguaio Tabaré Vázquez,
que a Venezuela precisa resolver os conflitos internos de forma pacífica
e democrática.
Os presidentes estiveram em Brasília e após conversa a portas fechadas, fizeram declaração à imprensa.
“Sobre
a Venezuela, eu e o presidente Tabaré Vázquez coincidimos que seu legítimo
governo e suas forças devem buscar solucionar pacífica e democraticamente, no
marco constitucional do país, os conflitos e as dificuldades e os desafios
existentes”, disse a presidente, que defendeu o diálogo e a paz no país.
Desde o início do ano, políticos de oposição ao governo de Nicolás Maduro, como o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, foram presos acusados pelas autoridades locais de tentativa de golpe e traição por ter proximidade com países aliados a oposição.
Manifestações
de opositores ao regime venezuelano deixaram 43 mortos desde 2014. Outras 89
pessoas, incluindo políticos da oposição e manifestantes, foram presas acusadas
de incitar a violência nos protestos e de conspirar contra o governo de Nicolás
Maduro.
Tabaré Vázquez diz concordar com as palavras de Dilma e defendeu a construção
de "entendimento de paz" no país. "A
situação da Venezuela me preocupa, claro. E faço minhas as palavras que vocês
escutaram da senhora presidente do Brasil, enquanto desejamos que logo, como
presidente da Unasul, que logo se construam entendimento de paz, buscando
caminhos conjuntos entre governo e a oposição para o melhor futuro do povo
venezuelano e também respeito à institucionalidade democrática deste
país", afirmou.
Mulheres de políticos presos na Venezuela pedem ajuda ao governo Brasileiro
Mulheres de políticos presos na Venezuela pedem ajuda ao governo Brasileiro
A esposa do líder do partido político venezuelano Vontade Popular,
Leopoldo López, detido desde fevereiro do ano passado acusado de ter incitado
violência em manifestações contra o governo, pediu as autoridades brasileiras que se solidarizem com a situação dos oposicionistas na
Venezuela.
Ela participou junto de Mitzy Capriles, esposa do também lider de
oposição preso, Antonio Ledezma, de uma audiência pública na Comissão de
Relações Exteriores do Senado. López e Ledezma estão presos desde fevereiro de 2014 após serem acusados
pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de promover protestos contra o
regime chavista e conspirarem para a saída de Maduro do cargo.
"Em primeiro lugar, obrigada. Obrigada ao Brasil.
[...] Representamos a voz das vítimas venezuelanas, familiares de presos
políticos, que são 89, familiares dos assassinados nos protestos do ano
passado, de desaparecidos, dos exilados, dos que hoje estão pressionados
pelo regime de Maduro", disse Lilian López, após a audiência pública.
"Hoje esperamos justiça, esperamos liberdade. Esperamos
solidariedade da região. A oposição venezuelana está mais unida do que nunca,
representamos a voz da unidade democrática. A saída ao desastre que vive a
Venezuela deve ser constitucional, pacífica e democrática. [...] Esperamos
liberdade e união de Brasil e Venezuela em uma só voz: a voz do respeito aos
direitos humanos", continuou.
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| O senador Aécio Neves acompanhou as mulheres dos políticos venezuelanos no Senado (Foto: Lucas Salomão/G1) |
"Precisamos que nos acompanhem, que haja uma observação
qualificada internacional nas próximas eleições parlamentares na
Venezuela", afirmou Lilian López.
As duas venezuelanas foram convidadas para falar ao Senado brasileiro
pelos senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Aécio Neves (PSDB-MG).
Em discurso no plenário do Senado, o líder do PSDB na Casa, Cássio Cunha
Lima (PB), lamentou que as esposas dos políticos presos não tenham sidos recebidas
pela presidente Dilma Rousseff. Após a reunião na comissão do Senado, Lilian
López e Mizty Capriles foram recebidas pelo presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL).
"Não posso deixar de trazer uma nota de lamento pela recusa da presidente Dilma Rousseff, do PT, de receber essas mulheres nos dias que antecedem o Dia das Mães, que também será celebrado na Venezuela no próximo domingo. Nem mesmo a condição de gênero fez com que a presidente Dilma Rousseff tivesse sensibilidade para acolher essas mulheres, que trazem na face a marca da coragem, da altivez, da grandeza e os sulcos da dor e do sofrimento", criticou o tucano.
Luisa Fernanda Gomez

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