Abril é dedicado a elas, então, deixemos as piadas e brincadeirinhas de lado para comemorar o dia dessa senhora
O quarto mês do ano é o da querida comadre, para os chegados, e a velha conhecida sogra,
para muitos íntimos. Entre algumas noras e genros, a descrição de
“velha chata”, “controladora”, “intrometida” e “megera”, rola aos montes
nas fofocas de família. Alguns preferem que a estimada fique a
anos-luz, além do horizonte, para preservar a paz de suas famílias.
Segundo a pesquisadora Eliane Vasconcellos Leitão, em seu livro, A
Mulher na Língua do Povo (1988), relata a ideia da seguinte forma, “O
sogro é visto como um segundo pai, um amigo; já a sogra é vista como a
velha chata, linguaruda, que sempre mete o nariz onde não é chamada”. A
sogra, para Leitão, é a que toma conta da novela!
Mas não se engane! A relação histórica dos cônjuges com suas mães
pode revelar muito sobre o convívio desse trio sogra-nora-genro, é o que
afirma a psicóloga da Glasnost,
Márcia dos Anjos. Segundo ela, a relação com a mãe é a base para
futuros relacionamentos amorosos.“Se a nora teve um relacionamento
desagradável com sua mãe, pode repudiar a sogra, assim como, pode vê-la
como uma amiga ou a mãe que nunca teve”. Márcia, ainda afirma que a
relação sogra-nora já é considerada, ao longo do tempo, como um das mais
problemáticas entre todas as relações familiares. “Entre os principais
motivos de intrigas e dificuldades, pode-se destacar o fato da nora ver a
sogra como uma rival e, a mãe ter a sensação de que aquela outra mulher
está lhe tirando o filho, a disputa pelo poder sobre aquele homem”.
Outra turma que opina sobre o assunto, são os pesquisadores da Universidade Deakin
na Austrália, que fizeram uma pesquisa inusitada com 2mil australianos,
revelando que ter a sogra por perto deixa sua vida mais feliz. Umas das
pesquisadoras da Universidade, Melissa Weinberg, ressalta que quanto
mais regular for o contato dos cônjuges com suas sogras, mais qualidade e
bem-estar terão suas vidas. Será que isso funciona pra todos? Talvez
esteja funcionando com as sogronas da Austrália. “Mão na cumbuca, não
coloco” para esse método. Como seria a reação das nossas sogras
iguaçuenses? Fica a questão.
Agora sem querer tirar o corpo fora e sair à
francesa, tenho a opinião de que você, leitor, na condição de genro,
sogro, sogra, nora e todo o resto da árvore genealógica familiar,
precisa dar exemplo no bom convívio familiar, procurando ajudar a
superar as dificuldades familiares em conjunto. Não estou dizendo que é
fácil! Ainda mais, quando se trata de uma invenção complexa, chamada
família. Se existem dificuldades de convívio, dependendo da situação,
temos condições de saber solucionar, da maneira que for possível, com
algo que sempre fez parte do ser humano, ao longo de sua evolução – a
comunicação – com uma boa comunicação, na dosagem certa, a sogra vira
uma “grande mamãe” do casal e de toda a família.
Então, caro leitor, neste mês, vamos dar uma folguinha às nossas
sogras, fazendo uma festa, dando presentes e bastantes agrados. Com uma
festinha surpresa caprichada, as sogras, que estão felizes com seus
genros e noras, fortalecerão, ainda mais, o laço de afeto e admiração.
E, para aquelas sogras que não estão lá muito afeiçoadas, já é meio
caminho andado se seus genros e noras fizerem uma festa daquelas de
fechar o comércio. Nas palavras da Márcia, “os conflitos e problemas
podem e devem ser administrados de forma saudável. Cada uma exerce um
papel diferente na vida do homem. Provavelmente, este seja um grande
desafio, para ambas as partes, que necessita ser superado para que haja a
construção de uma relação saudável em prol da família”.
Por Emanuel Maia

Nenhum comentário:
Postar um comentário