terça-feira, 24 de março de 2015

Dê uma folga para sogra

Abril é dedicado a elas, então, deixemos as piadas e brincadeirinhas de lado para comemorar o dia dessa senhora


O quarto mês do ano é o da querida comadre, para os chegados, e a velha conhecida sogra, para muitos íntimos. Entre algumas noras e genros, a descrição de “velha chata”, “controladora”, “intrometida” e “megera”, rola aos montes nas fofocas de família. Alguns preferem que a estimada fique a anos-luz, além do horizonte, para preservar a paz de suas famílias. Segundo a pesquisadora Eliane Vasconcellos Leitão, em seu livro, A Mulher na Língua do Povo (1988), relata a ideia da seguinte forma, “O sogro é visto como um segundo pai, um amigo; já a sogra é vista como a velha chata, linguaruda, que sempre mete o nariz onde não é chamada”. A sogra, para Leitão, é a que toma conta da novela!

Mas não se engane! A relação histórica dos cônjuges com suas mães pode revelar muito sobre o convívio desse trio sogra-nora-genro, é o que afirma a psicóloga da Glasnost, Márcia dos Anjos. Segundo ela, a relação com a mãe é a base para futuros relacionamentos amorosos.“Se a nora teve um relacionamento desagradável com sua mãe, pode repudiar a sogra, assim como, pode vê-la como uma amiga ou a mãe que nunca teve”. Márcia, ainda afirma que a relação sogra-nora já é considerada, ao longo do tempo, como um das mais problemáticas entre todas as relações familiares. “Entre os principais motivos de intrigas e dificuldades, pode-se destacar o fato da nora ver a sogra como uma rival e, a mãe ter a sensação de que aquela outra mulher está lhe tirando o filho, a disputa pelo poder sobre aquele homem”.

 Outra turma que opina sobre o assunto, são os pesquisadores da Universidade Deakin na Austrália, que fizeram uma pesquisa inusitada com 2mil australianos, revelando que ter a sogra por perto deixa sua vida mais feliz. Umas das pesquisadoras da Universidade, Melissa Weinberg, ressalta que quanto mais regular for o contato dos cônjuges com suas sogras, mais qualidade e bem-estar terão suas vidas. Será que isso funciona pra todos? Talvez esteja funcionando com as sogronas da Austrália. “Mão na cumbuca, não coloco” para esse método. Como seria a reação das nossas sogras iguaçuenses? Fica a questão.

Agora sem querer tirar o corpo fora e sair à francesa, tenho a opinião de que você, leitor, na condição de genro, sogro, sogra, nora e todo o resto da árvore genealógica familiar, precisa dar exemplo no bom convívio familiar, procurando ajudar a superar as dificuldades familiares em conjunto. Não estou dizendo que é fácil! Ainda mais, quando se trata de uma invenção complexa, chamada família. Se existem dificuldades de convívio, dependendo da situação, temos condições de saber solucionar, da maneira que for possível, com algo que sempre fez parte do ser humano, ao longo de sua evolução – a comunicação – com uma boa comunicação, na dosagem certa, a sogra vira uma “grande mamãe” do casal e de toda a família.

Então, caro leitor, neste mês, vamos dar uma folguinha às nossas sogras, fazendo uma festa, dando presentes e bastantes agrados. Com uma festinha surpresa caprichada, as sogras, que estão felizes com seus genros e noras, fortalecerão, ainda mais, o laço de afeto e admiração. E, para aquelas sogras que não estão lá muito afeiçoadas, já é meio caminho andado se seus genros e noras fizerem uma festa daquelas de fechar o comércio. Nas palavras da Márcia, “os conflitos e problemas podem e devem ser administrados de forma saudável. Cada uma exerce um papel diferente na vida do homem. Provavel­mente, este seja um grande desafio, para ambas as partes, que necessita ser superado para que haja a construção de uma relação saudável em prol da família”.

Por Emanuel Maia

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