A
cada minuto dez mulheres são agredidas no Brasil. Foz do Iguaçu faz parte desta
estatística. Uma mulher é espancada todos os dias na fronteira entre Brasil e
Paraguai. Os agressores estão dentro das casas ou próximos das vítimas.
Enquete
realizada pelo Jornal Aprendiz, do Centro Universitário UDC, mostrou que a violência não é assunto
desconhecido. Dos doze entrevistados, nove disseram conhecer pelo
menos uma vítima de violência doméstica. Uma das entrevistadas contou ter sido agredida pelo marido, com quem continua
casada. Na
lista de agressões estão também ataques físicos, sexuais,
morais, patrimoniais, domésticos, conjugais e institucionais.
A
professora de direito Kelly Trento apontou a omissão por medo como o maior
problema: “as mulheres que dependem do marido ficam com medo de denunciar, pois
temem por seus filhos e pelo sustento da casa”.
Já o
docente do curso de Comunicação Bruno Almeida fala sobre a estruturação da
sociedade: “enquanto a gente não mudar o status quo cultural (o machismo) a
situação não irá mudar”.
Um exemplo de como existem alguns valores
deturpados na comunidade brasileira, é o caso da surra que a vilã Carminha
levou na novela Avenida Brasil. Esse episódio foi esperado e ovacionado por
grande parte da população, atingindo altos índices de audiência naquela noite.
Interatividade:
Na vida real, quem define quem merece apanhar e quem pode bater? Por que uma cena de violência contra a mulher é a mais aguardada de toda a novela?
Interatividade:
Na vida real, quem define quem merece apanhar e quem pode bater? Por que uma cena de violência contra a mulher é a mais aguardada de toda a novela?
Maria da Penha, que ficou paraplégica por agressões sofridas por seu marido, foi o
estopim para que fosse incluída na legislação uma lei especifica para esses
crimes. A introdução da lei 11340 diz: “Cria mecanismos para coibir a violência
doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do art. 226 da Constituição
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo
Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.”
Denunciar
é sempre o primeiro passo para tentar combater atrocidades. Grande parte das
mulheres sente medo de falar. Isso acontece por diversos motivos: o marido sustenta a casa, acredita que pode acontecer algo mais grave, temor pelos filhos e de como será sua
vida a partir desse fato.
Entre os sete tipos de violência (física, sexual, moral, patrimonial, doméstica,
conjugal e institucional) a doméstica é responsável por 80% da incidência dos casos. Isso
acontece em decorrência de uma sociedade culturalmente patriarca e machista,
onde várias famílias ainda são estruturadas dessa maneira.
Ocorrências cada vez
mais brutais chamam a atenção. Na Índia, o caso da estudante de medicina que
foi estuprada em um ônibus por cinco homens repercutiu mundialmente. No Brasil,
turistas holandeses foram abusados em uma ‘Van’ no Rio de Janeiro, e Cabral ainda
diz que violência contra mulher não é comum no Rio ou no Brasil. Não é comum
também governadores com conhecimento de números de agressões e mortes das
mulheres.
E você, também acredita que a violência contra a mulher não é comum no Brasil (ou em qualquer lugar do mundo)?


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