As Cataratas do Iguaçu sempre foram o grande destaque da Tríplice Fronteira, mas não é o único. Na região trinacional, existe uma forte presença estrangeira que enriquece ainda mais a região
Ao chegar em uma das cidades da Tríplice Fronteira, o visitante logo percebe que a presença estrangeira é muito forte. Os imigrantes estão em todos os lugares: templos religiosos, restaurantes e lojas de eletrônicos. Segundo a Polícia Federal (PF), em Foz do Iguaçu existem mais de 70 etnias.
Os árabes formam o principal grupo. São mais de 20 mil, segundo o Centro Cultural Beneficente Islâmico (CCBI).O principal atrativo dos libaneses no Paraná é o comércio que concentra-se no Paraguai. Muitos deles moram no Brasil, mas trabalham no Paraguai.
Como é tradição, os libaneses normalmente vivem em bairros com grande concentração de árabes. A preferência para morar é sempre o mais próximo possível do maior templo muçulmano do Brasil, a Mesquista Omar Ibn Al-Khattab, no Jardim Central. Na mesquita são realizadas orações e sermões às sextas-feiras, o dia mais importante para um muçulmano. Em países árabes, este dia substitui o domingo.
A mesquita faz parte da rota turística de Foz, devido sua grande estrutura e originalidade. Por mês passam pelo templo mais de 5 mil turistas.
O segundo maior grupo
Não só árabes são atraídos pela zona franca. Os chineses, também considerados pioneiros no comércio em Ciudad Del Este, estão por toda parte. É possível encontrá-los em várias lojas.
A influência dos asiáticos é tão forte que em alguns restaurantes chineses, a língua principal é o mandarim. Diferentemente dos árabes, os chineses compartilham uma diversidade em sua fé. Pode-se encontrar chineses católicos, evangélicos e budistas.
Uma das atrações turísticas de Foz do Iguaçu é um grande templo budista construído em 1996 com uma arquitetura fiel às tradições orientais. O lugar é tão original que faz o visitante se sentir fora do Brasil. O templo é composto de amplos jardins e estátuas. Uma delas, de um Buda, tem 6 metros de altura.
Uma Russa em Foz
No Paraná, há também uma forte influência de estrangeiros de países Eslavos, da Europa central e Oriental. Darina Lyubchik 35 anos, é uma russa que chegou ao Brasil há 5 anos e mora em Foz do Iguaçu há 4 anos. Sua paixão pelo país “verde e amarelo” começou em 2000 quando ela encontrou um grupo de brasileiros que morava em Moscou, capital da Rússia. A convivência com os brasileiros foi o suficiente para ela aprender o português e visitar o Brasil. Hoje Darina é casada com brasileiro e trabalha acompanhando turistas russos e lecionando a língua russa para guias turísticos locais.
Sua fluência no português sempre impressiona todos que a conhecem.“ A língua portuguesa para mim é hoje como minha primeira língua”. Apaixonada por pão de queijo mineiro, ela não perde tempo na hora de saborear o que o Brasil tem de melhor na culinária. O que ela mais sente falta de seu país é da família. “Queria muito que eles estivessem aqui desfrutando as maravilhas do Brasil”.
Lyubchik viveu um pouco durante o período do comunismo, na extinta União Soviética. Ela recorda do grande controle de tudo. “Só era possível comparar uma pequena porção de alimentos semanais, tudo era controlado e dividido, até a cor de nossas roupas”.
Para ela o Brasil é um paraíso, por isso pretende passar muitos anos de sua vida por aqui.
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